ALUNOS DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL DE CASTELO BRANCO DESENVOLVEM CONSOLA DE APOIO À APRENDIZAGEM
Os alunos do curso de técnicos de informática da escola do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco desenvolveram um protótipo para uma Consola Adaptativa, em resultado de uma atividade proposta em sala de aula, com a finalidade de responder positivamente ao desafio lançado pelo Projeto +Power.
O projeto congrega o trabalho e empenho dos professores Luís Baião, professor de Educação Especial, e Paulo Serra, professor de Informática, finalistas TOP 6 do Global Teacher Prize Portugal 2020, dos Agrupamentos de Escolas de Canelas – V.N. Gaia e Nuno Álvares – Castelo Branco, respetivamente, bem como de uma vasta equipa de suporte de ambos agrupamentos.
O protótipo foi desenvolvido através da reciclagem de equipamentos informáticos obsoletos, e tem como função complementar os Recursos Educativos +Power, servindo, portanto, de suporte a crianças e jovens com e sem dificuldades motoras.
Estão previstas a produção de mais de 20 Consolas, que serão usadas em sala de aula por alunos e professores, os quais participarão na formação especializada a ser ministrada nos dois agrupamentos de escolas.
Os Recursos Educativos +Power são disponibilizados gratuitamente no site do projeto (http://www.maispower.pt), podem ser editados por professores, alunos e encarregados de educação para apoiar ou reforçar as aprendizagens dos seus alunos ou educandos, aplicando-se a todos os níveis de ensino.
Neste trabalho, estão envolvidos os alunos do projeto “SIM, Somos Capazes”, alunos do projeto de Canelas – V.N. Gaia, que produzem ativamente recursos para alimentar o movimento de voluntários.
A vantagem destes recursos baseia-se, principalmente, na adaptabilidade e na simplicidade da execução e de edição, já que são disponibilizados os templates/modelos para que possam ser adaptados facilmente. Depois, com os conhecimentos básicos em programas informáticos de edição e apresentação eletrónica (ex. Microsoft PowerPoint), podem ser modificados adaptando-se a cada aluno, promovendo desta forma a inclusão digital, social e escolar.
O projeto tem como missão, de acordo com os mentores, o de “proporcionar o desenvolvimento e partilha de recursos educativos digitais e respetivas tecnologias de apoio, através da reciclagem de materiais informáticos, promovendo a Reinserção, a Inclusão e o Voluntariado”.
No passado dia 27 de janeiro de 2021, realizou-se um Workshop (programa) de apresentação do projeto (ver vídeo) que teve a participação de alunos, encarregados de educação e das respetivas equipas de psicologia dos agrupamentos de escolas envolvidos, bem como de mais de 160 professores de várias escolas do país.
Neste foi possível refletir sobre o impacto gerado por tais dinâmicas, quer ao nível da motivação dos alunos em ambiente prisional, que tendo contacto com as realidades de Inclusão e de Voluntariado abraçaram o projeto com bastante empenho e dedicação, gerando um sentimento de entreajuda; bem como no envolvimento dos alunos do projeto “SIM, Somos Capazes”, onde os ganhos nas aprendizagens mais simples, “iniciação à leitura”, é estimulada através da criação de recursos para ajudar outros alunos, num espírito de cooperação e partilha.
Em ambos os casos, motivando os participantes à reflexão sobre a importância de “fazer acreditar, implicando socialmente, através da simplicidade”, que são os valores base do projeto, afirmam Luís Baião e Paulo Serra.
Associação Portuguesa de Educação nas Prisões
fevereiro 2021
